Pergunta: Gostaria de um conselho.. meu namorado só vem na minha casa à noite, nos finais de semana.. Logo vamos dormir. Às vezes me sinto sozinha... Tudo bem que preciso estudar e ele compreendeu isso, porém, desse o início do relacionamento ele age dessa maneira... E quando reclamei uma vez, ele disse: "Então vamos terminar."
(Enviado por Anaa)
Rita:
Querida amiga Anaa,
Isso que você vai ler agora, é muito importante e você precisa levar isso consigo pelo resto da vida. O sucesso nas relações não decorre como resultado de um esforço. Os fatores que definem como será uma relação são os seguintes: primeiro o karma de cada indivíduo que a compõe e depois como cada um se percebe e se trata a si mesmo (e esse aspecto chega a invadir um pouco o âmbito do karma). E como cada um se percebe e trata a si mesmo, depende de questões do passado, da criação, do caráter e do perfil psicológico de cada um. Tudo isso irá determinar algo muito importante que é a pergunta que você precisa se fazer, e em seguida tentar imaginar qual seria também a resposta do outro: o que você entende por um relacionamento amoroso? Na sua opinião, o que significa ter um namorado, marido, parceiro? Enquanto você crescia, qual foi o modelo de relacionamentos que você chegou a presenciar? Veja bem, no dia em que você decidiu que iria buscar uma pessoa, ou no dia em que você decidiu assumir um compromisso, em alguma das diversas camadas da sua consciência, houve uma voz que disse: “Agora serei igual a [nome da pessoa A].” Ou, ainda: “A partir desse momento minha vida vai ser muito parecida com a de [nome da pessoa B].” Quais seriam esses nomes que iriam preencher aquelas lacunas no caso de cada um? Tudo bem, você não precisa saber exatamente o nome. O essencial no momento é você aceitar que como ser-humano, por uma questão evolutiva de buscar pertencer e de ser objeto de carinho e de aceitação dos demais, você tem um ideal pairando sobre você, que rege a idéia do que você espera dessa união. E o sussurro que parte desse ideal aos seus ouvidos é formado não por uma voz apenas, mas várias, como se houvesse uma multidão falando ao mesmo tempo. Agora veja que ele também tem um ideal que rege a percepção dele em relação a ser parte de um compromisso.
Mas Rita, é possível amenizar essas diferenças e fazer com que ele preencha as minhas expectativas? Eu diria que no plano da mente, que seria parte do plano material, já não foi possível fazer muito, pois você mesma tem tentado e obtido a sua resposta. Cada vez que a questão é trazida à tona, ele não tem sido capaz de processá-la na parte do cérebro que corresponde à lógica e por tanto levar esse diálogo até o fim. No momento em que você se aproxima trazendo esse tema, o cérebro dele imediatamente decodifica isso como um ataque e entra em estado de defesa. Ele ativa então a parte que comanda os instintos de sobrevivência, ou seja, fugir, proteger-se, atacar. A partir dali você já sabe que a interação da forma como você havia imaginado está impossibilitada. Quando ele diz: “Então vamos terminar”, você deve interpretar isso como: “Você abriu uma ferida, agora eu preciso dizer algo como uma ameaça, adotar uma atitude de ataque, para que você se intimide e recue.”
O que você precisa acessar, portanto, é o plano sutil. Você lembra de algum episódio da sua vida que, de tão incrível, pareceu como mágica? Isso é um exemplo de quando as coisas ocorrem no plano sutil. E os eventos que aí ocorrem, acontecem como consequência direta de um grande ato de renúncia ou valentia. São fatos que se assemelham mais a duas peças de um quebra-cabeça que estão aí próximas uma da outra e no momento em que você percebe isso, você sorri dizendo: “Nossa, é óbvio que essa peça vai aqui!” E em seguida você sente tomada pela satisfação plena de que isso realmente estava certo. Logo, chega alguém e pergunta: “Mas como você soube assim tão facilmente?” E você responde ainda com aquele mesmo sorriso: “Nem eu sei! De repente se tornou óbvio, como se as peças corretas houvessem se iluminado diante de mim destacando-se das demais, então eu fui tentar e sim, elas se encaixaram perfeitamente!”
Por isso, no momento, eu diria que um bom primeiro passo seria começar a se concentrar nos seus estudos e tomá-lo como prioridade, já que ele mesmo tem deixado claro que também tem suas prioridades. Ele tem bem definida a percentagem da semana que ele dedica a você, portanto você também pode definir a sua percentagem de atenção exclusiva. Transfira para aquilo que te entusiasma e te apaixona, a energia que você direciona a ele.
Essa seria uma maneira de começar a alterar o plano sutil. Você irá se surpreender quando ver a alteração energética refletida na sua vida material; como algo invisível pode se tornar tão óbvio e concreto.
Rita Cascia
@ritarespostas