quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A busca intelectual pode me afastar da espiritualidade?

Pergunta: Estou sempre buscando mais conhecimento. Tenho muito desejo de cada vez aprender mais e me tornar uma pessoa cada vez mais sábia na minha área de estudos. Isto é negativo no sentido de que este pode ser apenas meu ego intelectual, e logo isto me afastaria da espiritualidade?
(Enviado por Eliza, em 23 de setembro de 2010)

Rita: Querida Eliza,

   Se você sente que precisa buscar o conhecimento, você deve buscá-lo. Todas as almas estão caminhando para a iluminação. Porém, a iluminação não pode acontecer enquanto houver algum desejo, seja ele material, físico ou intelectual. Por isso, todas as pessoas que se iluminaram foram ricas em pelo menos algum desses sentidos.

   Enquanto você não sentir que já tem suficiente, o desejo pelo conhecimento estará sempre no seu caminho entre você e a consciência suprema, que é a iluminação.
   A iluminação é a ausência de ego. Aonde não existe ego, existe um alma iluminada. Isto porque a alma iluminada tem consciência de que não precisa buscar nada. Esta alma tem a plena consciência do sentido de unidade da criação.

   Por exemplo, você certamente poderia citar o nome de alguém que seja um grande conhecedor do assunto que você estuda. Agora, a pergunta é: “Quem somo nós para determinar aonde termina você e começa este estudioso?” Ter consciência disto, de que não existe uma divisão, um fim, um limite, é experimentar o sentido de unidade da Existência. O limite foi algo criado pelos sentidos do ser-humano, mas ele não passa de uma ilusão. Sabendo disso, você descobre que não precisa buscar nada, que você tem tudo, porque você já é o todo.

   Porém, esta é uma consciência que está latente dentro de você e você não precisa buscá-la. Por não precisar buscá-la, ela não interessa ao ego. O ego sempre busca aquilo que está longe do seu alcance. O dia em que já não houver nada para ser alcançado, o ego se torna perfeito e a iluminação pode florescer. A iluminação surgirá de dentro, sem que esforço algum tenha que ser feito. Por isso, se a sede pelo conhecimento está presente, você precisa saciá-la, porque esta sede está no caminho entre o que você é agora e o seu estado de perfeição do ego.

   A busca pelo crescimento intelectual pode te afastar de uma certa forma da espiritualidade, porque você pode realizar esta busca apenas através da mente. Até mesmo a busca pelo conhecimento espiritual e religioso pode te afastar completamente da espiritualidade, pois esta busca também pode ser feita apenas através da mente.

   A busca intelectual pode ser realizada perfeitamente apenas através da mente e a mente por si só sempre te leva no sentido oposto ao do espírito. Neste caso, a mente é como água, ela sempre vai para baixo. O rio sempre vai para baixo, em direção ao mar. Ele sempre segue a lei da gravidade enquanto não é controlado.

   O espírito, por sua vez, é como fogo, está sempre indo para cima, como se algo o estivesse puxando. Mesmo que você vire uma vela de cabeça para baixo, a chama irá para cima. A mente, por ser água, é capaz de apagar o espírito. Porém, quando a chama é maior, ela faz evaporar a água, fazendo com que esta também vá para cima. Isto é quando a mente e o espírito estão em união e não há conflito. Ambos sobem em sincronia. Esta é a consciência que você deve buscar: que a mente deve ser controlada durante esta busca, se não, ela sempre te empurrará para baixo e estará sempre pronta para apagar o seu espírito.

   A mente pode ser controlada. A mente é como um músculo que pode ser exercitado. Caso contrário, ela é capaz de te levar aonde ela quiser e você será controlada por ela e, logo, pelo seu ego, pois o ego está na mente. Se o espírito é deixado de lado, a pessoa chega a um ponto, em que ela se torna o seu próprio ego. Ela nada mais é do que um ego andante. Ela já não é mais ela mesma, mas sim o seu próprio ego intelectual. As pessoas que a olham vêem nada mais do que isso.

   Seja material, intelectual ou espíritual. Toda a lógica do indivíduo começa a girar em torno do seu ego. Ela vê o mundo e as pessoas sempre sob a perspectiva deste seu desejo, daquilo que ela considera importante. Então, ele começa a julgar as pessoas e as suas ações dentro deste ego.
   Uma pessoa pode se tornar o seu ego por deixar totalmente de lado o espírito. Ela esquece que ela não é o seu corpo, os seus desejo e as suas emoções. Ela perde a consciência de que isto é apenas uma fração muito pequena do que a compõe. A maior parte dela é o seu espírito, e esta parte é esquecida.

   Quando isto acontece, ela irá respeitar apenas aqueles que sabem igual o mais do que ela mesma naquele determinado assunto. Ou no caso de uma pessoa com muito ego material ou físico, irá respeitar apenas aqueles que tenham igual ou mais fortuna ou beleza do que ela. Todo o resto das pessoas, se tornam medíocres na sua visão. Isto porque o seu ego criou um filtro diante dos seus olhos através do qual ela julga o mundo e as pessoas. Ela se torna incapaz de reconhecer o valor das pessoas dentro de outra perspectiva.

   E, ainda assim, aquelas pessoas que ela respeita, são apenas respeitadas, não mais do que isso. Este respeito não pode nunca se tornar uma amizade verdadeira, porque então existirá a competição. Ou seja, esta pessoa não terá amizade e amor verdadeiro na vida, porque aqueles que ela respeita, são seus rivais e aqueles que ele não respeita são medíocres, portanto não merecem o seu tempo e a sua atenção.    

   A questão, no entanto, é que você precisa da mente para deixar a própria mente ir embora. Se isto não ocorre naturalmente em você, a mente deve tomar a decisão de deixá-la ir e de ouvir o seu espírito. Isto será necessário na sua busca.

   Os maiores gênios da humanidade estavam em conexão com o espírito, caso contrário, suas obras não poderiam ter sido tão geniais. Veja por exemplo, a Capela Cistina de Michaelangelo. Isto é algo que não pode ter saído apenas da mente. A mente sozinha não é capaz de criar tanta perfeição.

   Todas as vezes que você vê algo genial, seja na arte ou na ciência, a sensação que se tem é de transcendência. A sensação é de que aquilo não é algo deste mundo.

   Todos as outras obras parecem seguir um determinado padrão. Algumas parecerão mais belas ou mais ricas, outras menos. Porém, haverá uma que simplesmente irá saltar aos olhos, que irá se destacar indubitavelmente. Será aquela que irá chamar a atenção de qualquer pessoa. Esta é aquela que foi realizada em sincronia da mente com o espírito. Isto é o que a faz única e especial. Ela sai do do senso comum, daquilo que é ordinário, do que apenas a mente sozinha é capaz de produzir.

   A mente por si só não te levará à totalidade do que o seu Ser é capaz de criar.

   O seu Ser tem capacidade infinita, a sua mente é limitada. Apenas quando você entrar em sincronia com o seu espírito, sua capacidade será infinita e você será capaz de explorar todo o seu poder de criação.

   Portanto, o que quer que estiver realizando, realize-o de forma meditativa e consciente. Use a mente para às vezes deixá-la ir e encontrar-se com o seu espírito e então buscar esta sincronia. Não deixe que sua busca crie uma neblina em torno de você e te torne inconsciente, porque a inconsciência criada pela mente é o que te afasta do seu Ser.

   O resultado da sua busca deve ser o resultado da união da sua mente com o seu espírito e só então ele será único. Aqueles que verem o seu trabalho irão senti-lo além da mente. É aí que não poderá haver controvérsias de que existe algo de extraordinário naquilo que você faz. Este reconhecimento, por sua vez, é o que te dará a consciência de que você já não tem nada mais que buscar naquele sentido e que te levará mais perto da consciência suprema.


Com carinho,


Rita Cascia.


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